Desde o início da pandemia causada pelo Coronavírus, os exames de imagem são cada vez mais relevantes para que os médicos consigam entender o que esse vírus pode causar em órgãos importantes como coração e pulmão.
Esse trabalho começa desde a detecção da doença até meses pós-Covid-19. Para capacitar os profissionais da Medicina, a Meddco oferece cursos ministrados por especialistas. Conheça todos os detalhes neste link.
Muitas entidades científicas têm estudado o tempo todo esse importante papel dos radiologistas, a redação do Blog da Meddco compilou o que há de mais novo. Confira nesta reportagem:
Protocolos das entidades médicas
O Colégio Americano de Radiologia indica a tomografia computadorizada (TC) de tórax apenas para pacientes sintomáticos hospitalizados e a radiografia de tórax portátil em casos específicos, como pacientes internados que precisam de acompanhamento por imagem.
A Sociedade Fleischner, composta por médicos radiologistas, pneumologistas, patologistas e cirurgiões de diversos países, recomenda realizar a TC de tórax para pacientes moderados ou graves, para aqueles com piora do estado respiratório e para pacientes curados da doença caso apresentem posteriormente hipoxemia ou perda funcional.
A Sociedade de Radiologia Torácica norte-americana, em conjunto com a Sociedade Americana de Radiologia de Emergência, orientam a utilização da TC de tórax apenas para pacientes com COVID-19 confirmada por testes laboratoriais e suspeita de complicações como abscesso pulmonar e empiema pleural.
O Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), na última versão das suas recomendações de uso de métodos de imagem para pacientes suspeitos de COVID-19, não recomenda o uso isolado da TC de tórax para diagnóstico de Covid-19, nem tampouco para rastreamento da doença. Segundo o CBR, o diagnóstico de COVID-19 deve se pautar em informações clínico epidemiológicas associadas a exames RT-PCR e/ou sorologia. Mas afirma que a TC de tórax pode ser auxiliar nesta definição diagnóstica, sempre em correlação com dados clínicos e laboratoriais. Os métodos de imagem também podem ser recomendados para avaliação de complicações como tromboembolismo pulmonar e infecção bacteriana.
3 dicas para proteção para o paciente e para os profissionais que realizam os exames de imagem
- Os pacientes com sintomas respiratórios devem receber máscara cirúrgica para proteção dos demais contatos e equipes de atendimento, serem orientados a higienizar suas mãos com álcool em gel e encaminhados diretamente ao setor de realização do exame, com priorização do seu atendimento.
- Os profissionais de saúde que forem realizar o atendimento do paciente no setor de imagem (equipes técnica, médica e de enfermagem) devem buscar manter distanciamento seguro do paciente e portar EPIs completos, compostos por máscara cirúrgica (máscara N95 para procedimentos geradores de aerossol), avental descartável de manga longa, gorro, óculos de proteção e luvas descartáveis.
- Ao final do exame de imagem, deve ser realizada limpeza terminal da sala de exame e dos equipamentos, devendo a equipe de limpeza portar EPIs completos conforme descritos acima; em caso de procedimentos geradores de aerossol ou quando o paciente tiver removido a máscara, além da limpeza terminal da sala recomenda-se deixá-la fechada para novos atendimentos por pelo menos 30 minutos.
Fonte: https://www.scielo.br/j/rb/a/GSQ9JF3VktQm73yQZv6CcHc/?lang=pt
Doenças no coração
Os infectados pela Covid-19 podem adquirir sequelas cardíacas, mesmo os que já foram recuperados da doença e que não estiveram hospitalizadas.
Desde o início da pandemia, foi percebido que muitos doentes internados em hospitais apresentavam algum tipo de lesão cardíaca. Mais recentemente, reconhece-se que o mesmo está descrito em pessoas que não necessitam de ser hospitalizadas, isto é, que tiveram apenas formas leves a moderadas da doença e que não tinham doenças preexistentes.
As complicações cardíacas detectadas nesse grupo incluem a miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco, mais frequentemente presente nas formas mais severas da doença – que pode levar ao desenvolvimento de problemas de coração mais tarde, como insuficiência cardíaca.
Um novo estudo publicado na revista European Heart Journal indica que cerca de 50% dos pacientes que foram hospitalizados com Covid-19 grave e que apresentam níveis elevados de troponina sérica têm danos cardíacos. A lesão foi detectada por exames de ressonância magnética (MRI) pelo menos um mês após a alta.
Os danos incluem quadros de inflamação (miocardite), formação de cicatrizes ou infarto, isquemia miocárdica e combinações dos três. O estudo de 148 pacientes de seis hospitais agudos em Londres é o maior estudo até o momento para investigar pacientes COVID-19 convalescentes que tinham níveis elevados de troponina indicando um possível dano ao coração.
Muitos pacientes hospitalizados com COVID-19 aumentaram os níveis de troponina durante a fase crítica da doença, quando o organismo apresenta uma resposta imune exagerada à infecção. Os níveis de troponina estavam elevados em todos os pacientes neste estudo, que foram acompanhados com exames de ressonância magnética do coração após a alta, a fim de compreender as causas e a extensão dos danos.
Os pesquisadores investigaram pacientes que receberam alta até junho de 2020 de seis hospitais britânicos. Os pacientes que apresentavam níveis anormais de troponina foram submetidos a uma ressonância magnética cardíaca após a alta e foram comparados com aqueles de um grupo de controle de pacientes que não tiveram COVID-19, bem como com 40 voluntários saudáveis.
Verificou-se que a função do ventrículo esquerdo do coração era normal em 89% dos 148 pacientes, mas cicatrizes ou lesões no músculo cardíaco estavam presentes em 80 pacientes (54%). O padrão de cicatrização ou lesão tecidual originou-se de inflamação em 39 pacientes (26%), cardiopatia isquêmica, que inclui infarto ou isquemia, em 32 pacientes (22%) ou ambos em nove pacientes (6%). Doze pacientes (8%) pareciam ter uma inflamação cardíaca contínua.
Os pacientes em recuperação estavam muito doentes; todos necessitavam de hospitalização e todos tiveram elevação da troponina, com cerca de um em cada três usando um ventilador na unidade de terapia intensiva.
Embora algumas das lesões encontradas possam ter sido pré-existentes, a varredura de ressonância magnética mostra que algumas eram novas e provavelmente causadas por Covid-19. O padrão de dano ao coração foi variável, sugerindo que o coração está sob risco de diferentes tipos de lesão. Embora tenha sido detectada apenas uma pequena quantidade de lesão continuada, foram encontradas lesões no coração que estavam presentes mesmo quando a função cardíaca não foi prejudicada e pode não ter sido detectada por outras técnicas. Nos casos mais graves, há preocupações de que essas lesões possam aumentar os riscos de insuficiência cardíaca futura, mas mais estudos são necessários para investigar isso.
A revista científica JAMA Cardiology tem publicado, desde o início da pandemia, estudos onde foram identificados danos cardíacos em pessoas infectadas pelo coronavírus.
7 sinais de que o paciente precisa investigar por meio de exames de imagem possíveis sequelas causadas pela Covid-19 Falta de ar inexplicável
- Dor no peito
- Edema (inchaço) nos tornozelos
- Palpitações
- Batimentos cardíacos irregulares
- Incapacidade em permanecer deitado sem que ocorra falta de ar
- Acordar durante a noite com falta de ar
- Tonturas
4 Doenças cardiovasculares mais comuns após a Covid-19
- Arritmia
- Taquicardia sinusal
- Extrassístoles
- Miocardite
Atenção!
Leia mais sobre um estudo publicado no jornal científico Circulation Research por uma equipe de cientistas, no final de abril, que confirma: a Covid é uma doença vascular.
Doenças pulmonares
Além de danos no coração, pesquisas apontam que a Covid-19 também pode causar anormalidades pulmonares ainda detectáveis mais de três meses após os pacientes serem infectados. Essa é uma afirmação de um estudo realizado por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Eles usaram uma nova técnica para identificar danos não detectados por exames convencionais em 10 pacientes. O método usa um gás chamado xenônio durante tomografias para produzir imagens que revelam a extensão do comprometimento dos pulmões.
Segundo a comunidade científica, um teste que pudesse detectar danos a longo prazo faria uma enorme diferença para os pacientes de covid-19. A técnica do xenônio permite que os pacientes inalem o gás durante um exame de ressonância magnética.
O professor Fergus Gleeson, responsável pela pesquisa, testou sua técnica em 10 pacientes com idades entre 19 e 69. Oito deles apresentavam falta de ar e cansaço persistentes três meses após contraírem o coronavírus, embora nenhum deles tivesse sido internado em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) ou necessitado de ventilação, e os exames convencionais não encontraram problemas nos pulmões.
Os exames mostraram sinais de danos nos pulmões — destacando áreas onde o ar não flui facilmente para o sangue — em oito pessoas que relataram falta de ar.
Os resultados levaram o pesquisador a planejar um experimento com até 100 pessoas para ver se o mesmo se aplica àquelas que não foram internadas e não sofreram de sintomas tão graves. Gleeson acredita que o dano pulmonar identificado pelas tomografias de xenônio pode ser um dos fatores por trás da “covid longa”, um tipo de covid em que as pessoas se sentem mal por vários meses após a infecção.
O novo exame foi desenvolvido por um grupo de pesquisa da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, liderado pelo professor James Wild. Segundo ele, a técnica oferece uma maneira “única” de mostrar danos pulmonares causados pela infecção por covid-19 e seus efeitos colaterais.
No último mês, o pesquisador Fergus Gleeson publicou um novo estudo confirmando sua pesquisa inicial de acordo com o site da Oxford. Confira esta novidade na íntegra clicando aqui.
Atenção!
O Colégio Brasileiro de Radiologia preparou um documento de como o radiologista deve proceder ao se deparar com anormalidades pulmonares identificadas em tomografias computadorizadas do abdômen durante a pandemia por SARSCoV-2 (Versão 1)
Acesse aqui.
Atualização médica
Para se destacar na área médica, em especial na radiologia nesses tempos de pandemia, é preciso estar constantemente em busca de atualização profissional. Sabemos que na rotina desses profissionais é intensa e encontrar tempo para estudar e se dedicar à atualização é um grande desafio.
Para atender essa demanda, a Meddco tem as melhores opções de cursos médicos online do Brasil. Todos os cursos são preparados e apresentados por médicos reconhecidos e qualificados em suas respectivas áreas.
A Meddco oferece conteúdo direcionado e de qualidade, em que o aluno/médico poderá acessar facilmente, por meio das plataformas online, quando e onde quiser.
Sobre a Meddco
Com 14 anos de atuação e mais de 5 mil alunos matriculados, a Meddco foi a empresa pioneira na educação a distância (EAD) voltada a área de diagnóstico por imagens do país.
Em todo seu histórico, sempre permaneceu no ambiente digital, oferecendo cursos vitalícios, proporcionando ao aluno o acesso ilimitado aos cursos adquiridos.
A Meddco oferece aos seus alunos, materiais de altíssima qualidade, que geralmente são compostos por aulas teóricas, aulas práticas e a apresentação de casos clínicos, garantindo ao aluno atualização e aprendizado de qualidade.
Além disso, nosso corpo docente conta com especialistas referências em suas áreas de atuação, oferecendo ao aluno aprendizado de qualidade inquestionável, fato comprovado pelo alto índice de satisfação de nossos alunos, que fica acima dos 95%.