Este tipo de doença hipertensiva na gravidez tem impacto na mortalidade materna e perinatal. Segundo o estudo Global and regional estimates of preeclampsia and eclampsia: a systematic review, mundialmente, ocorrem quase 80 mil mortes fetais e 500 mil mortes maternas anualmente, que também contribuem na mortalidade neonatal, pelos altos índices de prematuridade envolvidos nesses casos. 

Em outros anos, a orientação era de estar próximo da sociedade para discutir este tema, porém nesses períodos de isolamento e distanciamento social, é importante as sociedades médicas e os profissionais da saúde se mobilizarem por meio de redes sociais ou até mesmo nas consultas com suas pacientes.

Importante reforçar que ações de conscientização são essenciais para reforçar as orientações para manutenção de um estilo de vida saudável, alimentação equilibrada, evitar o tabagismo e fazer medições domiciliares da pressão arterial para melhor controle, sempre que possível, além de manter uma atenção especial de pré-natal, visando a saúde da gestante e do feto, em especial em mulheres hipertensas.

Novo estudo americano aponta a relação da hipertensão e Covid-19 em gestantes

Um estudo observacional que ocorreu num hospital de Nova Iorque traz novos dados sobre hipertensão em gestantes. Conduzido entre março e junho de 2020, com 1715 pacientes com gestações únicas foi detectado que 167 pacientes testaram positivo para Covid-19 (10%), essas pacientes eram as mais jovens do grupo (média de 28 anos idade contra 31 anos de idade do grupo que testou negativo), mais que o dobro de pacientes que testaram positivo teve hipertensão na gravidez em relação ao grupo que testou negativo; e a gravidade da hipertensão foi semelhante entre os grupos.

Apesar das limitações técnicas do estudo, sendo num único centro médico, impedindo assim comparações, a relevância clínica não deixa de ser importante. E, com certeza, será base para ampliar estudos para reforçar essas evidências em outros países.

Com esses dados em mãos, torna-se mandatório para os médicos que fazem acompanhamento de gestantes infectadas pelo coronavírus, alertem com muita ênfase suas pacientes sobre os sintomas e fiquem atentos sobre o desenvolvimento de hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia ou outras síndromes hipertensivas nessas pacientes para que o tratamento adequado possa garantir um resultado perinatal rápido e eficaz.

Colesterol e pré-eclâmpsia

Um estudo publicado na revista americana Frontiers pesquisou, em 2020, na Noruega, uma nova ligação de associação entre as fisiopatologias da DCV e da pré-eclâmpsia: a ativação do inflamassoma de NLRP3 mediada por cristais de colesterol.

O estudo teve como propósito investigar o acúmulo de cristais de colesterol e a expressão do inflamassoma NLRP3 por células maternas e fetais na decídua da parede uterina de gestações normais e de gestações pré-eclâmpticas com e sem restrição de crescimento fetal.

Os cristais de colesterol foram detectados em grande quantidade na decídua, e a expressão da via inflamatória NLRP3 mostrou ser um dos pontos centrais para interação próxima entre trofoblastos do bebê e leucócitos maternos. Tanto os trofoblastos quanto os leucócitos são equipados com receptores que permitem a captação de colesterol.

Além disso, foi observada a formação de placas de ateroma nas artérias uterinas, uma malformação vascular que lembra a aterosclerose em estágio inicial.

Confira o estudo completohttps://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33117348/.

5 DICAS IMPORTANTES DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA AS PACIENTES

1. 1. Agendar consulta no ginecologista antes de engravidar para avaliação clínica e início da administração de ácido fólico;

 

1. 2. Fazer o pré-natal de forma rigorosa e seguir rigorosamente as recomendações médicas durante a gestação;

 

1. 3. Entender que a hipertensão é uma doença que não se instala de forma súbita, portanto, que pode ser assintomática. Qualquer descuido e a ausência de sintomas podem fazer com que uma forma leve de pré-eclâmpsia evolua com complicações;

 

1. 4. Fazer exercícios físicos compatíveis com a fase da gestação e suas condições orgânicas no momento, sempre sob supervisão de um profissional;

 

1. 5. Reduza a quantidade de sal nas refeições, não fume e suspenda a ingestão de álcool durante a gravidez.

Fonte: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

 

Atualização profissional

Para se destacar na área da Ginecologia e Obstetrícia, o médico desta área precisa ir em busca constante de atualização profissional já que as novidades em diagnósticos e tratamentos são constantes.

Sabemos que na rotina desses profissionais é intensa e encontrar tempo para estudar e se dedicar à atualização profissional é um grande desafio.